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"Quem Me Dera Ser Onda"

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"Quem Me Dera Ser Onda", de Manuel Rui Monteiro, Luanda

A peça "Quem me dera ser onda", encenada por Cândido Ferreira, a partir de um texto homónimo do escritor angolano Manuel Rui, estreou a 18 de Dezembro, no Elinga Teatro, em Luanda.

Fez dez representações, a última das quais a 9 de Janeiro, durante as comemorações do Dia Nacional da Cultura, em Angola, recebendo mais de 1200 espectadores.

A peça foi apresentada, pela primeira vez, durante o mês de Outubro, em Lisboa, tendo então sido muito bem acolhida pelo público e pela crítica. A grande novidade está em que, desta vez, o elenco foi integralmente angolano.

A Cena Lusófona apoiou o espectáculo nas suas duas versões, em especial nos custos inerentes à sua montagem em Luanda.

"Quem me dera ser onda", editada em 1982 e com mais de 100 mil exemplares vendidos em todo o mundo , é talvez a mais importante obra literária de Manuel Rui. Com ela, aquele que se tornou um dos mais conhecidos escritores angolanos, ganhou o prémio "O caminho das estrelas". Mas a sua estreia no domínio da ficção deu-se em 1973, com "Mulato de sangue azul". E o seu primeiro livro publicado, "Poesia sem notícias", data de 1967.

Em paralelo à montagem dos espectáculo Cândido Ferreira dirigiu uma oficina para actores de diversos grupos da cidade de Luanda.

Do conjunto desta acção em Luanda resultará, ainda, um documentário, da autoria de Ivo M. Ferreira.. A editar pela "Cena Lusófona", o filme procurará reconstituir as experiências, a memória, o resultado e as expectativas do projecto.

Em anos de muitas carências e também (talvez por isso mesmo) muita imaginação, Manuel Rui escreveu uma novela redonda e exemplar sobre o nosso quotidiano na cidade de Luanda. A fluência da narrativa, o seu humor corrosivo, a força e generosidade de uma jovem geração que nascera já com a Independência, transformaram esse texto num clássico da nossa literatura, com imediata projecção internacional.

Foi com respeito absoluto pela força e simplicidade desta obra que Cândido Ferreira e a sua equipa da Caixindré- Produções Artísticas a levaram à cena, primeiro em Portugal e agora em Angola, com um elenco que inclui maioritariamente actores angolanos, num espírito de intercâmbio teatral entre países lusófonos que vem já de 1995.

Os caracteres ganham vida frente aos nossos olhos, as situações repetem-se numa alusão directa às vivências passadas de cada um de nós, o passado vem até nós burlar-se do presente e permitir que nos burlemos dele e que com ele aprendamos. Resta o teatro e a sua enorme magia.

José Mena Abrantes

Adaptação e Encenação Cândido Ferreira | Assistente de encenação Nicolas Brites | Direcção de actores (crianças) Patrícia Abreu | Música original Miguel Cervini |Letras Cândido Ferreira | Direcção Musical Letícia Vasconcelos | Adereços Lino Damião, Nicolas Brites, Isabel Carretas | Registo vídeo e desenho de luz Ivo Ferreira | Design gráfico Yonamine Miguel e Marco Kabenda | Elenco Orlando Sérgio, Amor de Fátima Mateus, Nelson Major, Kixixi, Letícia de Vasconcelos, Virgulino Capomba, Manuel Romão, Milton Coelho, Raúl do Rosário, Kelinha Van-Dunen, Kiluange M100c, Fábio Cassuele, Cláudia Bezerra, Palmira Alfredo, Jinguba, Eufânio Nádia, Fernando Madaleno, Luzolo Leão, Tchaluma de Azevedo, Clarissa d’Alva | Músicos Rasta Congo, Toke E. Esse, Tucas, Joseph Kajihaad | Produção José Mena Abrantes, Alberto Cardoso e Orlando Sérgio

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