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Teatro
da Garagem "Esta peça de teatro (4º espectáculo do ciclo PENTATEUCO, que tem por tema a Família) é uma ficção dramatúrgica que reflecte sobre o "sentimento trágico da vida", citando a expressão de Miguel de Unamuno. Para tal partiu-se de três pressupostos metafóricos: o rasto de Medeia, a Família e a Água. O rasto de Medeia representa uma espécie de negativo do retrato clássico; nesta peça a mãe e os filhos são espíritos, cujo verbo inspira os vivos a retomarem a vida; o rasto de Medeia é a imagem do paradigma rarefeito, eco de uma tragédia ulterior que em lugar de procurar inspirar o "terror e a piedade" procura sugerir a ironia e a ternura. A Família é entendida como célula agregadora em crise, crise de afectos, crise de valores, despoletada pelo acontecimento trágico. (...) A Água é, neste espectáculo a matéria da morte e a matéria da vida (...). o estado líquido representa o fluxo e o refluxo em que o jogo fraterno se desenvolve, por antítese à deificação da memória simbolizada pelos cristais de neve. (...)" Carlos J. Pessoa |