No total são vinte e quatro criações originais produzidas, entre 1995 e 2014, no âmbito do projecto Cena Lusófona.
A característica principal que resulta deste conjunto é a de que todas estas criações foram realizadas através de processos de co-produção.
Um pouco mais de metade destas (12) foram produzidas e estreadas fora de Portugal, nos diferentes países de língua portuguesa: Brasil (1), Angola (2), Moçambique (3), Cabo Verde (1), S. Tomé e Príncipe (3) e Guiné-Bissau (2).
O ciclo de co-produções deste conjunto (as realizadas entre 1995 e 1997) é uma das “marcas” históricas do projecto Cena Lusófona: nunca antes se tinham reunido artistas de teatro portugueses com outros artistas de teatro de cada um dos países africanos de língua portuguesa com o objectivo de construírem em conjunto um espectáculo teatral.
Em muitos destes processos registou-se ainda uma significativa diversidade de entidades associadas – das companhias e agentes teatrais aos vários departamentos e ministérios da cultura de cada país, aos escritores, pintores, músicos, às instituições culturais, sociais e educativas, como Universidades, Escolas de Teatro e de Artes, autarquias, etc.
No caso dos espectáculos que resultaram dos Estágios Internacionais de Actores – como “A Fronteira”, “Beijo no Asfalto”, “Quem Come Quem” ou “Horácio” - acrescentou-se uma nova complexidade a estes processos, através da presença simultânea de actores ou criativos de todos os países. A relação até ali bilateral passava a multilateral, com todas as implicações artísticas e logísticas inerentes. Estas co-produções multilaterais foram um dos resultados, o resultado público, das três edições dos EIA. Experiências riquíssimas, do ponto de vista teatral e humano, participadas por mais de cinco dezenas de criadores de todos os países da CPLP.

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Quase todas estas co-produções, as que foram produzidas e estreadas nos outros países, foram posteriormente apresentadas em Portugal, onde realizaram digressões num circuito teatral autárquico que se foi estruturando e se mostrou aberto a estas experiências.
Entre os agentes teatrais portugueses envolvidos destaca-se a presença do Teatro Meridional e de “O Bando” em mais do que uma criação. Sinal das necessárias escolhas que o projecto foi fazendo, reflecte também uma especial apetência por este específico intercâmbio por parte dos dois grupos.
No caso de “O Bando”, foi estabelecido um projecto a três anos com S. Tomé e Príncipe, com realizações nos dois países. Entre outras iniciativas, produziu três espectáculos: “A Nau de Quixibá” (com a participação da Fundação Calouste Gulbenkian), “Cloçon Son” e “Capitango” (espectáculo que representou S. Tomé na Expo'98).

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Capitango                    Cloçon Son                 A Nau de Quixibá

Entre 2012-2015 a Cena Lusófona promoveu, no âmbito do PSTAGE, uma vigésima quarta produção “As Orações de Mansata”, texto do autor guineense, Abdulai Sila, na qual participaram actores portugueses, brasileiros, guineenses, saotomenses e angolanos.

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