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Comunicados de imprensa

08 de Agosto de 2002

Nota de Imprensa

O Bando na Ilha do Príncipe

A Estação da Cena Lusófona/Festival Gravana 2002, que decorre em São Tomé e Príncipe até dia 18 de Agosto, estende-se amanhã (dia 9) até à Ilha do Príncipe, com destaque para uma dupla actuação da companhia O Bando. O colectivo teatral português apresenta em simultâneo, pelas 21h00, os espectáculos Percival e Miúra, encenações de João Brites para textos de Tankred Dorst e Miguel Torga, respectivamente.

As actividades da Estação/Gravana 2002 têm amanhã início, porém, em São Tomé, com o quarto Fórum – Espaço de Encontro, no Arquivo Histórico desta nação africana lusófona, desta feita em torno de um projecto da Cena Lusófona em curso, designado narradores Orais, e que compreende o levantamento e recolha de tradições orais dos diversos países lusófonos. Nesta sessão do Fórum, espaço de reflexão e debate, será apresentado um vídeo-documentário realizado este ano na ilha do Príncipe no âmbito do referido projecto.

Ainda neste dia, o público da Estação terá oportunidade de apreciar uma das mais características manifestações culturais locais, o Fundão, inserido na programação das Artes Performativas de São Tomé e Príncipe, e cuja representação terá lugar pelas 21h00 no Parque Popular da capital da Ilha de São Tomé.


Miúra

Com este espectáculo, O Bando regressa ao universal escritor português Miguel Torga, adaptando para o palco o conto Miúra, da obra Os Bichos. Leia-se a sinopse deste espectáculo, para público a partir dos 6 anos: «Um redondel vermelho, um borladero robusto, um actor, um livro, um conto para ler, “Miúra”. Depois da narração, nasce a vontade de a viver. Todos são chamados a intervir e o momento de animação que se segue coloca-nos como por magia dentro do conto, actor e espectadores. Desfilam as figuras da tourada e a música indicia a festa. O Actor entra em acção, ora boi ora toureiro misturando vertiginosamente as personagens numa saga de sofrimento e espectáculo.

O touro “miúra” aguardou o momento em que o vão obrigar a entrar na arena. O corpo do actor incha numa profunda transformação. Picado no lombo entra no redondel. O Teatro está em marcha». Esta produção estreou a 26 de Abril de 2001.

Ficha Técnica:

Actor/Contador – Horácio Manuel
Encenação – João Brites

Percival


A partir da obra “Merlim”, de Tankred Dorst, O Bando apresenta-nos este espectáculo, dirigido a público com mais de 6 anos, em torno das lendas arturianas, um dos mais populares mitos/factos fundadores da Inglaterra medieval. Mais uma peça para um actor, é o que nos propõe, desta feita, a companhia lisboeta, que a levou pela primeira vez ao palco também a 26 de Maio de 2001.

«Percival era um rapaz da floresta, que vivia com a mãe muito longe das pessoas. Fosse quem fosse. O Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda eram para ele uma lenda. O maior sonho, fazer um dia parte dela. Tal como a mãe dizia que o pai fora, tornar-se cavaleiro. Nunca pensara que ia ser tão difícil. Depois de encontrar uma armadura e uma espada, depois de procurar o Rei Artur, estava mais perto que nunca do seu sonho.
Mas a peça acabou e ele ainda procurava um caminho e alguém que o pudesse guiar. Um sonho que, como todos os sonhos que se prezem, parece impossível de alcançar. Por isso, depois de muitas aventuras, Percival, o rapaz da floresta, não podia resignar-se a partir de mãos vazias para o país incerto da memória. Apoderou-se então da armadura do actor e correu plateia fora, até ao mundo das pessoas de verdade.

Ele continua convencido que é aqui, entre nós, que vai encontrar o Graal, a felicidade absoluta que ainda nenhum homem conquistou. Nem que tenha de revirar toda a realidade com as suas forças de personagem. Para voltar depois, triunfal, e mostrar ao Rei Artur o tesouro resgatado».

Ficha Técnica:

Actor/Contador e Adaptação – Gonçalo Amorim
Encenação – João Brites

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