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Comunicados de imprensa

6 de Agosto de 2002

Nota de Imprensa

Alma Grande: O Bando na Estação de São Tomé e Príncipe

A companhia portuguesa O Bando apresenta amanhã, em S. Tomé, um dos pontos altos da programação de Espectáculos da Estação da Cena Lusófona/Festival Gravana 2002, que decorre até dia 18 de Agosto em S. Tomé e Príncipe. Trata-se do espectáculo “Alma Grande”, uma encenação de João Brites, com base na obra homónima de Miguel Torga. O grupo repõe a peça no dia 8 (quinta-feira) e no dia 10 (sábado, já na Ilha do Príncipe). Em paralelo, prossegue amanhã o “Fórum – Espaço de Encontro”, em torno das artes performativas, neste dia subordinado ao tema “Experiências de Co-produção”, de que são exemplo as co-produções teatrais envolvendo a Cena Lusófona “Cloçon Son”, “A Nau de Quixibá” e “Capitango”.

A propósito da presença de O Bando nesta Estação, cremos ser pertinente divulgar junto da Comunicação Social o depoimento recolhido junto de João Brites:
«Voltar a S. Tomé reveste-se de uma expectativa sempre acrescida. É como se uma parte de nós próprios ficasse cada vez mais enraizada nessa vegetação luxuriante ou se algo dessas gentes africanas vivesse saudosamente dentro de nós próprios. Guardamos preciosamente as marcas inesquecíveis de uma muito singular criatividade musical e teatral. Mantemos intacto o respeito e o carinho por todos os que conhecemos e se dedicam de alguma forma à actividade artística. Terão conseguido num país tão isolado geograficamente e com tão limitados recursos ir avançando nos seus projectos? Que lugar ocupará hoje o teatro nas suas vidas?

Passaram precisamente sete anos desde o primeiro encontro proporcionado como todos os outros pela Cena Lusófona, mas é a primeira vez que o teatro o bando actua na capital e na Ilha do Príncipe com criações produzidas em Portugal. São quatro espectáculos que apresentamos: Um deles para um público de meninos dos quatro aos seis anos brinca com a maneira de vencer o medo e a noite; Outros dois são monólogos que ora evocam sonhos que parecem pesadelos, ora contam a história de um touro que mais parecia um homem; Por último, o Alma-Grande, acabado de estrear na sede do grupo em Palmela, transporta a música de Jorge Salgueiro e as palavras de Miguel Torga num espectáculo que se passa, todo ele no ar, e por isso, tentamos fechar os olhos e imaginar uma dessas árvores centenárias onde vamos suspender os cinco actores que vão balançar ao vento.

Recordamos que em 1995 realizámos em S. Tomé e em S. João dos Angolares, duas oficinas de teatro para jovens aprendizes e actores. Cerca de um ano mais tarde, seria estreada a Nau de Quixibá de Alexandre Pinheiro Torres na Fundação Calouste Gulbenkian, com a participação de artistas S. tomenses, numa encenação de Raul Atalaia. E em 1997 montámos Cloçon Son em S. Tomé, espectáculo que, - encenado por Horácio Manuel e com a participação de actores dos dois países, - procurou registar o sentido de uma centenária tradição oral através de várias lendas populares. Também Antónia Terrinha aqui viveu cerca de ano e meio, concebeu e dirigiu o espectáculo Capitango que foi ensaiado com mais de vinte participantes em S. João dos Angolares e que se apresentou em Lisboa na Expo’98.

Temos todos consciência de que neste momento se escrevem mais umas páginas de uma relação privilegiada entre gentes de duas culturas.»

João Brites
Teatro o bando

Sobre o espectáculo:

Alma Grande

Com base na obra de Miguel Torga, nomeadamente no conto homónimo inserido nos Novos Contos da Montanha e em poemas do consagrado autor português, e inspirado em imagens de Marc Chagall, João Brites criou o espectáculo musical Alma Grande, estreado a 25 de Maio deste ano.

Alma Grande, tal como o descreve O Bando, é:
Um espectáculo onírico, que pretende transmitir essa ideia de sonho, contrastando o lado luminoso e o lado sombrio da vida;
Um espectáculo de rua, onde os intérpretes actuam suspensos entre árvores (no caso de S. Tomé), apoiados por uma estrutura metálica especialmente concebida para o efeito;
Um espectáculo musical, que conta com a participação da cantora Filipa Pais.
No conto “O Alma Grande”, de Torga, deparamo-nos com o “Abafador”, personagem mítica dos cristãos novos, conhecida por acabar com o sofrimento alheio. Será este o momento de questionar/escolher o caminho que queremos dar à nossa vida? Procuremos a resposta pelo teatro e pela música.

Ficha Técnica:

Dramaturgia, encenação e espaço cénico - João Brites
Actores/Cantores - Filipa Pais, Gonçalo Amorim, Horácio Manuel, Nicolas Brites e Sara de Castro
Músicos - Violino – António Barbosa/Inês Vieira
Órgão – João Vasco/António Laertes
Clarinete Baixo – Mário Cabica/João Quitalo
Assistência de Direcção de Actores – Teresa Lima
Música - Jorge Salgueiro
Preparação de Actores e Movimento - Olga Roriz
Figurinista - Maria Gonzaga
Objectos cénicos e adereços - Clara Bento

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