Comunicados
de imprensa"MAR
ME QUER" de Mia Couto pelo
Teatro Meridional "O
que faz andar a estrada?
o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá
viva.
para isso que servem os caminhos. Para nos fazerem parentes do futuro."
Mia Couto O
porquê desta escolha Foi
com inegável prazer que reincidimos, depois da adaptação
do romance "A Varanda do Frangipani", numa outra adaptação
do mesmo autor - Mia Couto. Tratava-se agora de um outro desafio dado que o nosso
ponto de partida era um conto. Mas incluíamos, para partilhar esta aventura,
com a disponibilidade do próprio autor para a adaptação do
texto. Tratava-se de ultrapassar, mais uma vez, a tendência de categorizar
aprioristicamente um texto como sendo "não teatral". Apetecia-nos
contar e comunicar esta história onde nos aproximámos do ser humano,
livres de estereótipos culturais ocidentais, podendo beber das suas personagens
a ternura e a fragilidade e navegando num texto que flui na linguagem das emoções.
Nestas personagens
que habitam uma idade maior, fomos sendo conduzidos a sonhar com elas, a compreender
que o amor é sempre nascente, a perceber os segredos feitos de silêncio
que motivam os comportamentos, a forma leve, navegável, como se intelege
a morte e desta maneira fomos levados a acreditar que quem já nos deixou
- porque partiu para o outro lado da vida - continua indelével a sua missão
de comunicar connosco. Não
pretendemos recriar um universo próximo da geografia de que o autor partiu
para criar o seu mundo literário, ou reconstituir uma ambiência oral
e comportamental moçambicana, mas sim comunicar emoções em
que a única geografia se situe no próprio homem independentemente
do lugar que habita. Como
Teatro Meridional reinsistimos numa síntese estética forte e despojada,
em que a luz sustente a plasticidade e a narrativa, num ambiente sonoro que envolva
o espectáculo e, ainda e sempre, na humanidade do actor - cais e barco
que nos leva através das palavras, da intenção e do gesto,
a viajar através do riso e da lágrima, do humor e da leveza, chamando
o público à cumplicidade de partilhar a viagem. Será
sempre um olhar - o nosso, da equipa toda que pensou sentindo o espectáculo
e onde cada um pôs ao serviço da sua construção, as
suas memórias, os seus saberes e a sua história. Sinopse: Mulata
Luarmina e Zeca Perpétuo partilham território de vizinhança,
chão de terra tão mais velho que eles, olhando o mar que é
sempre quem mais viaja. Luarmina
ensombreada de um qualquer silêncio, que de tão longo parece segredo,
entardece todos os dias na companhia de Zeca, ouvindo as histórias que
vão povoando a paisagem. Zeca
Perpétuo sonha sempre o mesmo: se embrulhar com ela, arrastá-la
numa grande onda que os faça inexistir. Luarmina foi aprendendo mil
defesas para as insistências namoradeiras de Zeca, mas um dia resolve negociar
falas e outras proximidades, não em troca de aventuras sonhiscadas de Zeca,
mas de suas exactas memórias. E como diz o avô Celestiano "o
coração é uma praia", em que o mar porque nos quer,
acaricia memórias e apaziagua ausências. Avô
Celestiano é a sabedoria do tempo. Mas também é o fabricador
de sonhos. Por via dos sonhos, ele visita os vivos e conduz, na sombra dos aléns,
os destinos e os amores de Zeca e Luarmina. Ficha
Artística: Texto:
Mia Couto Adaptação: Mia Couto e Natália Luíza Concepção
do Espectáculo: Miguel Seabra e Natália Luíza Direcção
Cénica: Miguel Seabra Assistência Artística:
Natália Luíza Interpretação: Alberto
Magassela / avô Celestiano Cucha Carvalheiro / Luarmina Carlos Paulo/
Zeca Perpétuo Espaço Cénico e Figurinos: Marta
Carreiras Música Original e Espaço Sonoro: Rodrigo Leão Desenho
de Luz: Miguel Seabra Fotografia: Pedro Sena Nunes Apoio Vocal:
Fernando Nobre Assistência de Ensaios: Carla Maciel e Dinarte
Branco Realização de Figurinos: Olga Amorim Realização
Gráfica: João Nuno Represas Direcção e Operação
Técnica: José Rui Silva Consultadoria Juridica: Diogo
Salema da Costa Produção Executiva: Mónica Almeida
e André Pato Montagem: José Rodrigues Co-Produção:
Associação Meridional de Cultura / Culturgest Apoios:
EBAHL-E.M./Teatro Taborda e Cena Lusófona Agradecimentos: António
Plácido, c@fé.taborda, Elísia Teixeira, Eugénio Sena,
Joaquim René, José Manuel Rodrigues, José Sucena, Livraria-Galeria
Municipal Verney/Câmara Municipal de Oeiras, Sérgio Loureiro, Zeferino
Coelho. Estrutura
financiada pelo Ministério da Cultura / IPAE Espectáculo
estreado em 25 de Maio de 2001 no Teatro Taborda / Lisboa integrado no Festival
Mediterrâneos / Culturgest - M/12
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