Comunicados
de imprensaComunicado
de imprensa 23/Abril/2002 Nota
de Imprensa Cena
Lusófona promove estágio de Ana Magaia em nova produção
luso-moçambicana Contando
retomar um contacto regular com a Comunicação Social, no sentido
de dar a conhecer à comunidade jornalística e ao grande público
os nossos projectos, a Cena Lusófona - Associação Portuguesa
para o Intercâmbio Teatral inicia este ciclo de contactos com a divulgação
de um dos seus esteios primordiais de acção: a circulação
internacional de agentes teatrais entre os vários países de língua
portuguesa, tendo em vista o seu enriquecimento profissional e a troca de experiências
performativas, pondo em contacto realidades teatrais distintas nas suas especificidades,
mas unidas pela Lusofonia. Está
a decorrer, como tal, a estadia em Lisboa da consagrada actriz moçambicana
Ana Magaia, cumprindo um estágio promovido pela Cena Lusófona ao
serviço da jovem companhia Bica Teatro, ao abrigo do qual integra
o elenco da peça Vim Te Buscar, segundo texto original do poeta,
jornalista e dramaturgo Luís Carlos Patraquim. Estreado a 27 de Março,
o espectáculo está em palco no Teatro da Comuna, onde se manterá
até 4 de Maio, com apresentações de quarta-feira a sábado,
às 22h00. Ana Magaia contracena com os actores portugueses Paulo Patraquim
e Patrícia Abreu, ambos com ligações biográficas a
África (Moçambique e Angola) A
participação da Cena Lusófona nesta co-produção
em associação com a Bica Teatro compreende ainda a encomenda desta
obra a Luís Carlos Patraquim, que deverá constituir um dos próximos
volumes da nossa Colecção de dramaturgia lusófona, juntamente
com a sua estreia nos meandros da escrita teatral, a obra Karingana,
unidas num volume. A peça em apreço deverá lançar-se
em breve em digressão, prevendo-se, entre outras actuações,
uma passagem por um palco de Coimbra, ainda no mês de Maio. Numa
encenação de João Mota, Vim-te buscar conta no
seu elenco com três actores: Paulo Patraquim (que interpreta Duda),
Patrícia Abreu (Muaziza) e Ana Magaia (Saquina). Todos eles, de uma forma
ou de outra, possuem fortes ligações à África de língua
oficial portuguesa, com destaque para Ana Magaia, consagrada actriz moçambicana,
convidada expressamente para este trabalho da Bica Teatro. Ana Magaia
arribou em Lisboa ao abrigo da colaboração da Cena com esta companhia
e das suas afinidades com Moçambique. A
acção decorre em Lisboa, cidade/cruzamento de culturas, palco dos
amores entre a jovem moçambicana Muaziza e Duda. Saquina, velha
tia feiticeira da rapariga, vem de Moçambique ao encontro da
sobrinha, pretendendo levá-la de volta para o seu país natal. Lisboa,
nas palavras de Patraquim, é para a idosa senhora um local estranho, o
«lugar do outro». A palavra ao autor: «Eis, então, que
chega Saquina a um palco de... Lisboa. Porque o projecto começa aqui; o
projecto de uma peça de teatro. Será preciso dizer que a acção
pode passar-se em qualquer lugar, desde que esse lugar seja o lugar do outro,
onde as personagens vão estar, na linguagem. Saquina, a velha tia; Muaziza,
jovem, sonhadora, bonita, sua sobrinha e Duda (Eduardo), jovem e ex-namorado de
Muaziza. O plot e/ou conflito é simples: Saquina veio a convite
de Muaziza. Estes nomes indiciam outras pertenças culturais, melhor dizendo,
a presença africana que se vem instilando na alma e no perfil
de Lisboa, transformado-a, gerando conflitos e cumplicidades. Mas não será
isso o que mais interessa. Pretende-se por em situação digamos que
a interioridade dessa presença, o discurso conflitante dessa(s)
identidade(s)». Esta
produção conta com o apoio do Instituto Português de Artes
do Espectáculo (IPAE), Ministério da Cultura, Cena Lusófona,
Comuna-Teatro de Pesquisa, UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua
Portuguesa), Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, RDP-Antena
1 e Danças na Cidade. Ficha
Técnica da peça Texto
Luís Carlos Patraquim Encenação João
Mota Assistência de Encenação Miguel Sermão Cenário
Sonoro Carlos Guerreiro Cenários e Figurinos Paulo Calhau/Sara
Machado da Graça Design de Luzes Abílio Apolinário Fotografia
e Design Gráfico Clementina Cabral Intérpretes
Ana Magaia, Patrícia Abreu, Paulo Patraquim Operação de
Luz Bruno Rolo Voz Off Dora Cruz Algo
sobre Ana Magaia Ana
Magaia é uma das mais conceituadas actrizes contemporâneas de Moçambique,
senhora de um vasto currículo profissional em Teatro, Cinema e Televisão,
quer como actriz quer como membro de equipas de produção ou directora
de casting. Participante em várias das iniciativas da Cena Lusófona,
integrou, por exemplo, um elenco de actores independentes que participou, com
A Sapateira Prodigiosa, na IV Estação, que
em 1999 se realizou em Portugal, por palcos de Évora, Coimbra e Braga.
No tocante à 7ª Arte, Magaia marcou presença como
actriz em mais de uma dezena de filmes, de que destacamos O Tempo dos Leopardos,
primeira longa metragem Moçambicana, rodada em 1985 em Moçambique,
Jugoslávia e Alemanha; Aqui del Rei, de António
Pedro Vasconcelos, rodado em 1990; The Child from the South, co-produção
Moçambique-Grã Bretanha, realizada por Sérgio Resende em
1992; ou mais recentemente, em 2000, O Lento Gotejar da Luz de Fernando
Vendrell. No que respeita ao Teatro, registamos as seguintes participações
da actriz: A Sapateira Prodigiosa (1999), de Garcia Lorca, apresentada
no Teatro Mapiko (Casa Velha) Maputo; A Companheira (1991),
de Adolfo Gutkin Monólogo; Sarau Quinhentista (1998),
de Mário Barradas; A Boa Pessoa de Sezuany (1986), de Bertolt
Brecht; A Revolta da Casa dos Ídolos (1984), de Pepetela; Rosita
até Morrer (1983), monólogo de Luís Bernardo Honwana,
ou Xiluva (1983), criação colectiva. Em
Televisão, referência para a sua participação nas seguintes
produções: 2001 - Sabadão, série de Mia
Couto para a TVM (Televisão de Moçambique) como actriz; em A
Voz dos Dugongos, de Jaime Campos para a RTP, como actriz e 2ª Assistente
de Realização; e em Olhos De Água, tele-novela
da TVI, como 2ª Assistente de Realização; 2000 Recursos
e Vida, série sobre o Meio Ambiente da TVM e UICN (União Mundial
para a Natureza), como productora e actriz; 2000 Língua Viva,
programa da TVI realizado por Gonçalo Mourão, como produtora; 1994
Não é preciso Empurrar, de Mia Couto, 1ª
tele-novela Moçambicana, produzida pela Promarte e financiada pela Fundação
Frederic Herbert, como actriz principal; 1991 Quando as Flores começarem
a Sorrir, série documental sobre o Meio Ambiente para a TVM; 1986
Apresentadora do programa Moçambique e a sua História.. |